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A morte da Rainha

A única certeza é que todo mundo morre, até a Rainha da Inglaterra! A morte de Elizabeth II abre um claro que dificilmente será preenchido, pelo menos no futuro próximo.

A mais longeva soberana britânica reinou por setenta anos, viu o grande e o pequeno, antes e depois de ser rainha. Pequena, assistiu a crise de 1929, viveu os anos 1930 com toda sua turbulência, depois foi mecânica voluntária na Segunda Guerra Mundial e assumiu o trono do Reino Unido em 1952, com 25 anos de idade.

Na coroação, prometeu ser fiel ao cargo e cumprir sua missão da melhor maneira possível e o fez. Foi uma grande rainha, ainda mais no período em que reinou e o mundo e a Grã-Bretanha passaram por mudanças dramáticas, que alteraram o eixo do poder.

Ao longo de seu reinado, não há um único momento em que se possa dizer “ela pisou na bola”. Como chefe de estado britânica, conheceu e recebeu dezenas de líderes mundiais, visitou mais de cem países, discursou para os mais seletos e poderosos grupos de pessoas.

Mas seu grande legado foi seu reinado em casa, para os britânicos. Graças a ela, a malha social se manteve coesa. As diferenças políticas nunca escaparam ao controle. Nos momentos críticos, de forma eficiente e sútil, indicou o rumo para a nação.

Sua figura inspirava sentimentos bons. Sua modéstia a fazia parecer uma pessoa comum. Não tinha medo de falar com o povo, andava naturalmente no meio da multidão e dirigia e reparava seu carro, graças ao treinamento recebido durante a guerra.

A morte de Elizabeth II é mais uma derrota do bem num mundo cada vez mais corrompido e levado ao extremo por demagogos de todas as nacionalidades. Com ela, vai seu exemplo. O mundo sentirá sua falta.

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.