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Solução para os buracos

 

A cidade está esburacada. Algumas ruas parecem pistas de teste para tanques de guerra e tratores de esteira. Poucas estradas de terra, destas que cortam as fazendas do interior paulista, estão tão maltratadas quanto algumas de nossas principais avenidas.

Nada de novo debaixo do sol. Na época em que Paulo Maluf era prefeito, a cidade já estava esburacada e tinha até algumas crateras, das quais a mais famosa foi a Cratera da Avenida Interlagos, capaz de engolir sem muito esforço automóveis e até os ônibus que passassem ao seu alcance.

Faz muito tempo que São Paulo nada de braçada num mar de buracos. Seria o caso de apresentar a cidade para novo cenário do desenho animado Yellow Submarine, substituindo o mar de buracos original por uma de nossas ruas. Com certeza o impacto seria maior, só não sei se não comprometeria a proposta do desenho dos Beatles, deixando a cena real demais, com tudo de aterrorizante que a realidade traz em si.

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Mas há uma razão para os buracos estarem aí. Uma não, várias. Quase todas ligadas aos maus serviços públicos prestados pelas concessionárias de serviços públicos.

Entre eles se destacam os remendos nas ruas, feitos de qualquer jeito, para taparem os buracos que abrem em nome da expansão de seus serviços, na média, bastante sofríveis.

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Se a prefeitura autuasse as concessionárias de serviços públicos em módicos 500 reais por buraco mal tapado, no princípio, com certeza, teria um importante reforço no caixa e, com o tempo, depois de pagarem bastante, as concessionárias se preocupariam em deixar as ruas bem pavimentadas. Enquanto isso não acontece, é tomar muito cuidado e pedir ao anjo da guarda que não nos deixe cair nos buracos mais cruéis.

Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.