A idiotice ao alcance de todos
O que leva dois idiotas – evidentemente, além da idiotice – a picharem a fachada da frente da Igreja do Pátio do Colégio?
A pergunta não é teórica. Aconteceu de verdade. Dois idiotas, de madrugada, picharam a fachada da frente do Pátio do Colégio.
Não foi obra de amadores, nem de moleques inconsequentes, fazendo graça para provarem que são machos.
Quem pichou sabia o que fazia, os danos que queria causar e como fazer bem feito, estragando a parede, as janelas, o madeirame e os vidros. Além de, de quebra, atingirem azulejos importantes.
Em qualquer lugar civilizado, uma ação desta natureza seria imediatamente investigada. O que aconteceu foi a violação de um lugar fundante da história do Brasil e de São Paulo.
Originalmente uma escola, a igreja de hoje é consagrada ao Padre José de Anchieta, missionário de tal dimensão que, em vida, foi Provincial dos Jesuítas no Brasil e, morto, depois de um longo processo, santificado.
Não se trata apenas de sacrilégio ou de destruição de patrimônio público. O crime cometido transcende os danos físicos causados deliberadamente a um imóvel. O que aconteceu foi um atentado contra um símbolo maior da nacionalidade brasileira.
Crime do mesmo nível de uma agressão à bandeira ou às armas nacionais. Agressão comparável a um atentado terrorista visando denegrir ou manchar parte da história brasileira.
Não tem cabimento. Como não tem cabimento o roubo aos cemitérios, a invasão de prédios públicos, a destruição de escolas.
O Brasil perdeu o norte ético. A inversão de todos os valores morais autoriza ações desta natureza e breca a ação do Estado, como se fosse feio manter a ordem pública e preservar o patrimônio nacional.
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