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Os resedás estão aí

Muita gente não tem ideia do nome, mas não tem como não se encantar com a florada das árvores com jeito de primas das pitangueiras que acontece nessa época do ano.

As flores pequenas cobrem os galhos dos resedás como se estivessem vestindo a planta para o grande baile de gala da inauguração do ano vegetal.

Eu não sei porque tem árvores masculinas e árvores femininas, sendo todas árvores. Pela lógica, deveriam ser todas femininas, mas não é assim.

Os ipês, os jacarandás, os baobás que o digam. São árvores, portanto, teoricamente femininas, mas na língua portuguesa são masculinas, da mesma forma que os resedás, flamboyants, carvalhos, etc.

Mistérios muito misteriosos, mas que não tiram a beleza, nem a complexidade da florada dos resedás. Sim, complexidade. Afinal, nem todos os resedás são da mesma cor e, como eles variam e são plantados aleatoriamente, criam tramas únicas ao longo das ruas.

Os mais comuns são os brancos e os rosas, mas mesmo eles variam de tom, uns são mais escuros, outros mais pálidos, outros mais claros, criando uma variedade de nuances exclusivas, que definem e identificam cada árvore.

Os resedás não são árvores grandes. Não chegam perto de um ipê erado ou de um jacarandá de três mil anos de idade. Para rodear seu tronco não são necessários vários homens de braços abertos, formando um anel em volta da árvore, como ainda acontece com alguns espécimes da Mata Atlântica.

Os resedás estão entre as plantas que embelezam São Paulo e deixam a vida mais bonita nas férias de janeiro. Ainda bem que, entre as mazelas do mundo, existam plantas dispostas e deixar a vida mais bela.

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Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.