Falta de esperança

Quantas vezes por dia você vê alguém querer entrar à direita numa esquina, mas, porque a fila da direita está parada, ir para a pista da esquerda, parar o trânsito inteiro e passar na frente dos outros?

Quantas vezes você vê caminhões de bebidas estacionados debaixo da placa de proibido, com o pisca-alerta ligado, descarregando, absolutamente indiferentes ao que acontece em volta?

Quantas vezes você vê o motorista ligar o pisca-alerta e vir na contramão, como se não fosse com ele? Quantas vezes você vê o cidadão querer levar vantagem no trânsito, nas filas de cinema, no bar, no restaurante, comprando maçã do amor com a namorada?

Quantas vezes você já leu que alguém deu um golpe em cima de outro alguém e tungou alguma grana?

Quantas vezes as universidades já pegaram bons alunos entregando trabalhos que são plágios ou montados com o copia e cola?

Quem sou eu para dizer o que é certo ou errado. Mas quando essas coisas acontecem cada vez com mais frequência, é sinal de que há algo podre na sociedade. É este algo que, se não justifica, ao menos explica as barbaridades que vão sendo feitas pelos bandidos em nome da política.

Quem já não foi ou não conhece alguém que foi assaltado? Quem já não ficou sem sinal de celular? Quem já não teve problemas com a internet? Quem já não recebeu o cartão de crédito que não solicitou?

Quem já não recebeu telefonema de vendedor de zero 800 oferecendo algo que você não quer na hora do jantar ou às 9 da manhã de domingo?

Pois é, é isso me faz ficar com pena das minhas filhas. Eu não tenho a menor chance de ver o Brasil reencontrar seu arcabouço moral, mas, do jeito que vai, está ficando difícil para elas.