Os dois lados da pandemia

Estamos tão intoxicados pela pandemia que não percebemos que existe mais poesia e beleza entre o céu e a terra do que compreende nossa vã filosofia. Nossa realidade é a covid19 e seus mais de 1800 mortos por dia. Nosso sonho é a vacina, tanto faz qual, desde que seja a vacina!

É tudo que nos importa, mas ao nosso redor o mundo segue sua jornada sem se preocupar com o vírus que, se é mortal para nós, não tem efeito nas quaresmeiras, nem nas goiabeiras, que seguem impávidas, florindo e dando frutos, porque é isso que se espera delas.

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As aves voam pelo céu da cidade muito mais felizes do que sobre as matas. A vida nas matas é mais difícil e, com a pandemia, os espaços das praças e parques sem frequentadores agora é das aves, que ainda por cima têm alimento farto nos sacos de lixo.

Faz tempo que não passo por lá, mas os jardins da Cidade Universitária devem estar tomados pelas capivaras, dividindo o verde da grama de verão com os quero-queros.

Mas tem também o lado bonito da vida humana. E aqui eu homenageio os funcionários de todos os setores da Santa Casa de São Paulo, que dão o melhor de si para manter os hospitais funcionando com o mínimo de recursos e o máximo de eficiência, atendendo covid e não covid porque essa é a sua missão.

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São médicos, residentes, paramédicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e todos os funcionários administrativos irmanados pela luta diária para oferecer a melhor saúde disponível para os menos favorecidos pela sorte. E eles fazem isso bem feito.

A vida vai além da pandemia. A vida tem vários lados e muitos são bonitos. Parabéns, funcionários da Santa Casa de São Paulo! Vocês fazem parte do lado mais bonito: o lado da solidariedade e da compaixão.

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