Pero Dias

Poucos nomes são tão pouco conhecidos na história de São Paulo como o de Pero Dias. No entanto ele teve papel fundamental para os jesuítas alcançarem o mesmo status de João Ramalho junto a Tibiriçá.

João Ramalho, casado com Bartira, era genro do grande cacique que dominava largo trecho das terras do planalto. E para os índios os laços de sangue e parentesco eram sagrados, unido as pessoas para o bom e para o ruim, obrigando-as indefinidamente em tudo que dizia respeito à família e a sua sorte.

Como genro, João Ramalho tinha uma influência muito grande junto a Tibiriçá. Influência que ele usava na defesa dos seus interesses que nem sempre, ou, depois de um tempo, nunca, eram os mesmos dos padres da Companhia de Jesus.

Pero Dias foi o desequilíbrio no fiel da balança. Tibiriçá tinha outra filha, chamada Terebé. Sem se conhecer muitos detalhes do episódio, o fato é que o cacique decidiu que ela deveria se casar com Pero Dias.

Mas havia um obstáculo: Pero Dias era irmão da Companhia de Jesus e, portanto, na medida que se ordenaria padre, tinha feito voto de castidade.

Deve ter havido quase pânico entre os jesuítas. Como enfrentar o poderoso cacique que os abrigava e protegia e como permitir o casamento do irmão com a índia?

Na falta de uma solução local o jeito foi enviar um mensageiro a Roma, para consultar Inácio de Loiola. O futuro santo não teve dúvidas. O irmão estava liberado de seus laços. Que se casasse o mais rapidamente possível. Afinal, o que era a quebra do voto de castidade diante da possibilidade dos jesuítas se tornarem genro de Tibiriçá?

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