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Tapa buracos

A prefeitura anunciou que vai investir um bilhão de reais em ações para tapar buracos, para pavimentar e melhorar as condições de uso da nossa deteriorada malha viária.

Não precisa se animar muito. Isso dá, na melhor das hipóteses, para refazer o pavimento de mais ou menos 22 milhões de metros quadrados de vias. E a cidade tem 196 milhões. Quer dizer, mal e mal vai mexer no grosso. O detalhe, as ruas de bairro, terão pouca chance de receber alguma coisa.

Na primeira fase serão 70 avenidas cruciais para o trânsito fluir e que estão em condições lamentáveis, como a Avenida Jacu-Pêssego, Salim Farah Maluf, Radial Leste, Marginais, etc., por onde a cidade vai e volta diariamente, na sua febre de movimento, transportando gente e carga, incessantemente, 24 horas por dia.

É pouco, mas precisa ser comemorado. É um começo. Quem sabe, depois de iniciados os trabalhos, a turma se empolga e resolve fazer mais. Quem sabe… Neste mundo tudo é possível e daqui a dois anos teremos eleições para prefeito, então, pode ser que o milagre aconteça, não como milagre, mas como caça-níqueis de votos.

Além disso, se os tais 22 milhões de metros quadrados forem realmente recuperados, há uma chance concreta do trânsito fluir melhor, ainda que com a CET atrapalhando.

Por outro lado, é fundamental prestar atenção na qualidade do recapeamento que será feito. São Paulo é famosa pela baixa qualidade do asfalto e dos trabalhos de tapa buracos realizados em suas ruas.

Tem quem diga que é de propósito porque, fazendo malfeito, tem que fazer logo de novo. Isso alimenta a economia, gera empregos e aumenta a produção industrial com todos os reflexos paralelos decorrentes.

Enfim, quem viver verá. Com um pouco de sorte, dá pra melhorar.

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.