Congestionamento celeste
[Crônica de 10 de agosto de 2014]
Durante milhares de anos os céus foram das aves, dos mosquitos, outros insetos voadores e dos asteroides.
Um belo dia, um brasileiro, depois de outro brasileiro haver voado num balão, decide voar num objeto mais pesado que o ar. E consegue. Dá certo. O 14 Bis abre uma avenida interminável na história da humanidade.
Depois das façanhas de Santos Dummont, em Paris, e dos Irmãos Wright nos Estados Unidos, o céu passa a ter novo dono, o ser humano e suas máquinas voadoras.
A evolução é vertiginosa. Máquinas para a guerra e para a paz cruzam os céus de todos os continentes e depois os oceanos, aproximando as pessoas, quebrando as distâncias, tornando o mundo menor.
Aeronaves mais rápidas e maiores surgem logo depois de outra, mais rápida e maior do que anterior, mas menor e mais lenta que a última versão.
Nos céus pode mais quem chora menos. A corrida é acirrada. Americanos, europeus, canadenses e brasileiros disputam palmo a palmo o mercado das nuvens.
O helicóptero se populariza. Cada vez mais, aparelhos voam em cima de nossas cabeças, infernizam nossas vidas, permitem que os bem-aventurados se sirvam deles para escapar do trânsito.
Agora, chegam os drones. Aeronaves não tripuladas, com toda a fome de ocupar seu espaço.
Em pouco tempo o céu estará completamente congestionado. A pergunta que fica é: quem vai colocar ordem no caos? Se ninguém o fizer vai aumentar muito o número de acidentes. Mas é preciso se ter claro que não adianta criar a CET do ar.
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