Vergonha do que estão fazendo com o Brasil
Não, positivamente, eu não tenho vergonha de ser brasileiro. Ao contrário, ser brasileiro me enche de orgulho. Orgulho de um país bom, onde as pessoas vivem, nem sempre como deveriam, uma vida razoavelmente digna. Onde os preconceitos são mais brandos do que em outras nações. Onde pessoas de todas as origens, grupos, etnias, raças, sexo, religião e crença política convivem com a diferença e escolhem se unir ao diferente. E são felizes, como as pessoas ao longo de uma vida podem ser felizes.
Tenho orgulho de nossa história. Se Hollywood fosse aqui, nossa saga daria filmes impressionantes, belos e edificantes. Tenho orgulho de nossa fé, de nossa religiosidade, de nossa busca pela felicidade, de nossa longa caminhada em busca de uma vida melhor.
Tenho orgulho de muito que fizemos, mas não posso ter orgulho do que aconteceu no dia 22 de setembro, na tribuna da ONU, em Nova Iorque.
Ao contrário, tenho vergonha da tentativa mesquinha de rebaixar o Brasil, transformando nosso grande país numa naçãozinha de quinta categoria. Numa piada de mau gosto. Num arremedo de graça sem graça, de estupidez e falta de vergonha na cara.
O Brasil não é o que foi mostrado. O Brasil real não compactua com a boçalidade maliciosa que foi exposta na tribuna máxima do concerto das nações, no discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU. Não, o Brasil não é aquilo, a demonstração deprimente não faz parte do nosso dia a dia.
Ao contrário, nosso dia a dia é de luta, de perseverança, na tentativa de não ser engolido pelas barbaridades que são praticadas e que condenam milhares de pessoas à miséria, a não terem moradia e emprego, para não falar nos 600 mil mortos pela covid19, porque o governo não fez a sua parte.
Não, o Brasil mostrado na ONU não é o Brasil real. Graças a Deus, o Brasil real é muito melhor.
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