Parece que começou
Parece que começou. Que finalmente rasgaram a fantasia e colocaram as eleições nas ruas. O festival de boçalidades e falta de senso comum atinge patamares absurdos dia após dia e não há nada que indique que pode haver um limite para tanta falta de vergonha na cara, de compostura, de seriedade no amor à pátria.
O mais impressionante é que os atores são bons e falam e fazem coisas que parece que estão levando o assunto a sério. Que não é tudo apenas um jogo destinado a aumentar o poder e a fortuna dos jogadores.
Dizia Ulisses Guimarães que, em eleição, a única coisa feia é perder. Daí pra frente, nas palavras do grande mestre, vale tudo, de chute abaixo da linha da cintura para fora.
Mas é bobo quem imagina que a xingação entre os candidatos é pra valer, que eles realmente se odeiam. Aqui, mais uma vez, cabe resgatar a frase do monstro sagrado da política nacional: em política, só bobo briga.
É com a lembrança das lições dos grandes mestres do passado que eu olho o que vai acontecendo e fico maravilhado com a falta de todas as qualidades que fazem o ser humano um ser diferenciado.
Mas aí vem a pergunta… Quem disse que político é humano? Um jornalista norte-americano escreveu que Franklin Roosevelt não vendia a mãe aos índios porque os índios não podiam votar. E Churchill tinha fama de populista, até ser o grande campeão da liberdade na Segunda Guerra Mundial.
Se gente desse naipe era capaz de fazer coisas que levavam a julgamentos como esses, por que os nossos políticos latino-americanos fariam diferentes? Não fazem.
O show de horrores está apenas começando. Nos próximos meses, com certeza vai ficar muito pior.
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