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Parece que começou

Parece que começou. Que finalmente rasgaram a fantasia e colocaram as eleições nas ruas. O festival de boçalidades e falta de senso comum atinge patamares absurdos dia após dia e não há nada que indique que pode haver um limite para tanta falta de vergonha na cara, de compostura, de seriedade no amor à pátria.

O mais impressionante é que os atores são bons e falam e fazem coisas que parece que estão levando o assunto a sério. Que não é tudo apenas um jogo destinado a aumentar o poder e a fortuna dos jogadores.

Dizia Ulisses Guimarães que, em eleição, a única coisa feia é perder. Daí pra frente, nas palavras do grande mestre, vale tudo, de chute abaixo da linha da cintura para fora.

Mas é bobo quem imagina que a xingação entre os candidatos é pra valer, que eles realmente se odeiam. Aqui, mais uma vez, cabe resgatar a frase do monstro sagrado da política nacional: em política, só bobo briga.

É com a lembrança das lições dos grandes mestres do passado que eu olho o que vai acontecendo e fico maravilhado com a falta de todas as qualidades que fazem o ser humano um ser diferenciado.

Mas aí vem a pergunta… Quem disse que político é humano? Um jornalista norte-americano escreveu que Franklin Roosevelt não vendia a mãe aos índios porque os índios não podiam votar. E Churchill tinha fama de populista, até ser o grande campeão da liberdade na Segunda Guerra Mundial.

Se gente desse naipe era capaz de fazer coisas que levavam a julgamentos como esses, por que os nossos políticos latino-americanos fariam diferentes? Não fazem.

O show de horrores está apenas começando. Nos próximos meses, com certeza vai ficar muito pior.

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.