A visão das violetas
A pandemia não acabou, segue matando gente no Brasil e no mundo. Depois dela, surgiu a varíola do macaco, se espalhando pelo planeta e começando a cobrar seu preço.
A guerra estúpida promovida pela Rússia ao invadir a Ucrânia parece que ainda vai durar um bom tempo e com ela o petróleo vai continuar custando caro, também por mais um bom tempo.
A inflação corre solta e ameaça as economias mais desenvolvidas com uma recessão profunda, capaz de brecar o ritmo do mundo e fazer o desenvolvimento ser substituído pela recessão.
Falta chip, falta chip, falta chip. Falta semicondutores para tudo e mais alguma coisa. A indústria automobilística que o diga, mas não é só ela que se ressente da falta de componentes.
A insatisfação se espalha e não há muita resposta que possa ser dada para conter o movimento.
Enquanto isso, o Brasil segue no seu ritmo próprio, diretamente afetado pelo que acontece no mundo, mas mais afetado pelo que acontece aqui. E o ritmo não é bom.
O negócio é ganhar a eleição, nem que para isso seja preciso destruir a nação. Vale tudo na tentativa de transferir para o próximo responsabilidades intransferíveis. Até a Petrobrás, a maior companhia da América Latina, o bombom dos políticos nacionais, está ameaçada porque o preço da gasolina está alto e precisam arrumar um bode para colocar na sala e justificar o injustificável.
O país está irritado, as pessoas estão irritadas, o barril de pólvora está cheio e tem gente com tocha acesa andando em volta.
Enquanto isso, uma violeta plantada num vaso colocado na janela da cozinha olha em volta e segue sua vidinha sem ter nada com isso.
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