A violência corre solta
Tem gente que não vai acreditar, vai dizer que é só para desmoralizar o governo, que é fake news, mas não é. Os dados são do governo. Nos primeiros quatro meses do ano roubaram ou furtaram um carro a cada seis minutos na cidade de São Paulo.
Preciso dizer que não é o recorde, que no passado já aconteceu de roubarem e furtarem ainda mais, mas fazia tempo que não chegávamos em números tão ásperos e representativos da realidade nacional.
Crise está sempre associada ao aumento da violência. E o quadro fica pior quando se tem perto de quarenta milhões de pessoas em situação de vulnerabilidade para a fome.
Esse número é crítico e mostra bem o que corre solto pela pátria amada, depois da pandemia ter feito a festa, em cima de uma crise que já vinha mal controlada e que se espalhou pelo país, na cola da falta de governo que tomou conta do Brasil.
Mas quem acha que este é o pior de todos os indicadores, a coisa é mais séria. Toneladas de fios de cobre são roubadas mensalmente embandeirando semáforos, parando trens urbanos, complicando a vida da cidade e de seus moradores.
Só que ainda tem mais. Nunca tantos celulares foram roubados e furtados como nos últimos meses. São milhares e milhares de aparelhos de todos os modelos, levados por bem e por mal, quando não depois de matarem o proprietário.
Os bandidos agem sem se importar em tomar maiores cuidados para não serem identificados. É na cara dura, em plena luz do dia, nas ruas e avenidas mais movimentadas da cidade. Para eles, é temporada de caça, de fazer a festa. Só fica melhor para os receptadores, que compram tudo a preço de banana ou menos do que isso.
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