Inocência presumida
A lei é clara, ninguém é culpado até trânsito em julgado da decisão final. Não existe culpa presumida, existe inocência presumida e isso faz toda a diferença.
Dolo não se alega, se prova. Sem provas e julgamento final não há dolo, o que não quer dizer que a prova da culpa precise ser a foto dos criminosos praticando o crime.
Um dos grandes males das fake news é que ninguém prova nada, apenas alega, com uma certeza muitas vezes calcada na mentira. O material é disparado e quem recebe não para e pensa se aquilo pode ter alguma sombra de verdade. Simplesmente aperta o botão e manda para toda sua rede social, aumentando o estrago e muitas vezes destruindo gente que não tem nada com isso.
A questão não é defender bandidos, a questão é não acusar injustamente inocentes. E, no Brasil de hoje, isso acontece com a tranquilidade dos anjos voando pelas nuvens.
Não pode ser assim. A radicalização atingiu o ponto de fervura e as consequências são barbaridades de todas as sortes escritas e assinadas na redes sociais, inclusive com a troca de ofensas entre amigos de décadas.
Alguma coisa está profundamente errada. Não é assim que o mundo deveria funcionar. Só que, na prática, é assim que as coisas estão acontecendo. Aqui e no exterior.
Vai acabar mal. Aliás, já está acabando mal. Os massacres dentro de escolas, cinemas, shopping centers etc. não têm outra origem. Sai tudo do mesmo saco e os resultados são os piores possíveis.
O mais dramático é que ninguém quer baixar a bola. De pontapé na barriga para baixo ou para cima, vale tudo. Pode mais quem chuta mais. Por isso, no seu dia a dia, reze para seu anjo da guarda estar sempre esperto.
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