Religião é só o caminho
Deus é único, todo poderoso, criador do céu, da terra e de tudo o que existe, em qualquer dimensão ou espaço, conhecido ou desconhecido.
Senhor dos buracos negros e dos cometas, do big-bang, das galáxias e do menor grão de areia. Sem começo, nem fim, sem forma, absoluto, inimaginável para nossa inteligência, tanto faz para quem – os que acreditam e os que não acreditam – ele é Deus. O único dono de todas as verdades, o único para quem passado, presente e futuro são uma coisa só.
As religiões são caminhos para tentar entender o ininteligível, o que está além de nossa compreensão, o que assusta e conforta e dá esperança mesmo sem sabermos as respostas, mas sem perder a fé.
Nenhuma religião é melhor do que as outras e nenhuma é pior. Todas são caminhos, procura, encontro, sacrifício e recompensa diante daquilo que não tem explicação, mas cuja negação é a prova da sua existência porque ninguém nega o que não existe.
O Brasil é um país laico. Quer dizer, o Estado não tem religião e aceita todas as religiões da mesma forma, no mesmo grau de hierarquia. Uma é tão boa como a outra e todas livres para serem cultuadas, desde que não ameacem o Estado Democrático de Direito.
Não tem cabimento o país ser palco de ações de intolerância religiosa, nem picadeiro para preconceitos, nem caixa de percussão para sandices “como minha religião é melhor do que a sua” ou “tal religião é coisa do demônio e seus seguidores enviados de satanás”. Nosso povo nunca aceitou esse tipo de comportamento, nem na época da inquisição, nem quando a polícia perseguia os seguidores das religiões africanas.
Todos têm o direito sagrado de crerem da forma que quiserem e todos têm a obrigação de respeitar a crença dos outros. Afinal, a procura é por Deus e ele é um só.
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