O Colégio Rodrigo Alves
[Crônica do dia 2 de junho de 2006]
O Colégio Rodrigues Alves fica na Avenida Paulista, onde aparece imponente com suas linhas clássicas, com cara de escola com tradição, o que ele, de fato, tem.
O colégio Rodrigues Alves comove, como o Caetano de Campos, ainda mais atualmente, quando o ensino brasileiro é dos piores do mundo, na escola pública e em parte das privadas. Que o digam os reprovados dos exames da OAB, formados bacharéis, mas sem a menor condição de serem advogados.
O Colégio Rodrigues Alves destoa da avenida onde está. Prédio clássico, suas linhas sóbrias e baixas são o contraponto aos edifícios que a partir dos anos de 1970 deram cara para a mais paulistana das ruas da cidade.
Por outro lado, o prédio do colégio fala do tempo em que escola pública era sinônimo de bom ensino, onde se aprendia matemática, história e português, mas também se formavam cidadãos, aptos a entrarem na vida preparados para os desafios que eram rotina num país pouco evoluído e com enorme número de analfabetos, a maioria sem chance de cursar uma escola.
A diferença está aí. Enquanto hoje temos quase o mesmo percentual de analfabetos, tendo escolas sem nível, naquela época as escolas mantidas pelo governo estavam sempre entre as melhores e eram motivo de orgulho para a cidade, para os pais e para os alunos.
Nelas, se aprendia. E se aprendia tão bem, ou melhor do que nas escolas particulares. Daí a importância da restauração do prédio do Colégio Rodrigues Alves. Ele, sóbrio, imponente e digno é uma espada enfiada no peito de quem diz que nós temos boa educação.
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