Um universo chamado USP

A Cidade Universitária é um universo, um ecossistema tão rico e tão variado quanto as matas que cobriam grande parte do Estado de São Paulo.

O carro chefe, pelo porte e quantidade, na medida que são grandes ratos e se multiplicam na velocidade do vento, são as capivaras. É delas a margem da Raia de Remo e se deitam felizes na grama em volta do lago como se o mundo fosse delas.

Além das capivaras, as aves dividem o espaço amplo e de horizonte longo, com um dos pores do sol mais bonitos da cidade. Já falei dos tucanos grandes e pequenos que voam em todas as direções e pousam nas árvores e nas capotas dos carros, como aconteceu comigo, quando estava saindo do caixa eletrônico e dei com um tucano dos grandes em cima do meu carro.

Mas não são apenas os tucanos que mandam na Cidade Universitária. Sabiás laranjeira e do campo, bem-te-vis, rolinhas de diferentes tipos, bandos de anuns brancos, passarinhos bobo do brejo, canarinhos da terra, tico-ticos e até os outrora numerosos e hoje raros pardais voam por lá, donos do pedaço, fora de perigo, pelo menos na maior parte do tempo.

Sim, fora de perigo, mas não tanto, porque na Cidade Universitária tem gaviões pinhé e do marrom e, se bem que eles achem mais fácil furar os sacos de lixo, não há nenhuma certeza que o antigo instinto selvagem não desperte e, num certo momento, eles decidam comer um passarinho ou seu filhote.

Mas a Cidade Universitária vai além. É comum ver grande lagartos quentando ao sol e outro dia eu dei com um gambá andando de um lado para o outro na área dos bancos. A Clotilde ficou alucinada e o gambá, ao ouvir seus latidos, saiu correndo e se escondeu numa moita perto.

No mesmo dia, saindo pela avenida da Universidade, dei com um casal de quero-queros com dois filhotes pulando em volta.

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