Castelos e fortalezas
Não há notícia de que o antigo Egito tenha interagido com a China das primeiras dinastias, nem com a Índia, se bem que não seria impossível o contato direto entre impérios tão distantes um dos outros. Também não há notícia de que Japão e Inglaterra se comunicassem por volta de 1200. E, no entanto, nada é mais parecido do que vários pontos das histórias de cada uma das civilizações.
Por exemplo, as pirâmides no Egito e na China. Será que existe alguma razão para elas estarem lá, como estão em outras partes do mundo, hipoteticamente isoladas uma das outras?
Maias e astecas estavam próximos, mas qual a distância entre os vales do Nilo e do Rio Amarelo? O que levou as duas civilizações a erguerem pirâmides, mais ou menos na mesma época?
Além das pirâmides, o que levou as duas civilizações a terem desenhos sociais razoavelmente parecidos, com a figura do faraó e do imperador entre os deuses? Qual a razão das divisões de castas e classes sociais?
E entre Japão e Inglaterra, qual o contato direto e a influência de um no outro para surgirem castelos semelhantes em dimensões, mecanismos de defesa e objetivos, como os castelos britânicos e os castelos japoneses?
A verdade é que não há nada mais parecido com o ser humano do que o ser humano. Tanto faz época, desenvolvimento, sofisticação social. Tanto faz riqueza ou evolução, o ser humano é o ser humano e a sua história, em todos os rincões da terra, não é muito diferente uma da outra.
Na base de tudo, o poder. O poder pelo poder, o poder para governar, conquistar, explorar e, em última análise, aumentar ainda mais o poder imenso, fruto da ambição ilimitada que até hoje move o ser humano em busca de mais glória e mais grandeza, como se fossem deuses.
___
Siga nosso podcast para receber minhas crônicas diariamente. Disponível nas principais plataformas: Spotify, Google Podcast e outras.
Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.