Orquestra Sinfônica Heliópolis
[Crônica de 03 de dezembro 2013]
Dia 3 de novembro passado tive uma das tardes de domingo mais gostosas do ano. Fui, a convite do meu amigo José Pastore, assistir a Orquestra Sinfônica Heliópolis tocar na Sala São Paulo.
Ser amigo do José Pastore tem inúmeras vantagens. A primeira é conversar com um dos homens mais inteligentes do país; as outras se sucedem numa ordem aleatória, dependendo do dia e do assunto.
Eu já tinha assistido concertos da Orquestra formada pelo Maestro Baccarelli com os jovens da favela. O último havia sido justamente na Sala São Paulo. Regida pelo maestro Isaac Karabtchevsky, naquela ocasião a orquestra tocou a Segunda Sinfonia de Mahler.
No dia 3 o programa foi apenas Ravel. De novo regida pelo Maestro Karabtchevsky, a Orquestra de Heliópolis contou com a participação do pianista israelense Tomer Lev, internacionalmente reconhecido e um dos grandes professores da Academia de Música da Universidade de Israel.
O programa do dia 3 de novembro escolheu a dedo as peças. Concerto para piano em sol maior, Daphnis e Chloé – Suite número 2 e o Bolero. O inigualável Bolero de Ravel.
Existem coisas que nos deixam tristes e abalam a esperança em relação ao Brasil. O mensalão, a corrupção, a falta de caráter, as barbaridades que são praticadas na vida pública entristecem os mais otimistas.
De outro lado, ver e ouvir a Orquestra Sinfônica Heliópolis faz bem para a alma. Dá esperança em relação ao Brasil e mostra que tem muita gente trabalhando, sem contar, para fazer que o futuro dos jovens das comunidades carentes tenha outras alternativas além do crime e das mortes precoces por conta da violência.
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