Éramos mais inteligentes do que pensavam
Uma das primeiras coisas que eu faço nos sábados de manhã é ler a coluna de Fernando Reinach, no Estadão. Ele tem o talento de transformar informações importantes em textos para leigos, que mostram a evolução do planeta e a participação humana nessa história.
Recentemente, ele publicou um artigo contando que o mapa mais antigo descoberto até agora tem 9 mil anos e foi entalhado na pedra.
9 mil anos atrás, os habitantes da região onde hoje estão a Jordânia e a Arábia Saudita criaram enormes estruturas de pedra, em forma de funil, com um círculo no final e buracos em determinados pontos dos muros, que só foram descobertos depois da região ser sobrevoada, em 1920, porque era impossível entender o que eram, vistos do solo.
As construções têm quilômetros de extensão e são feitas com enorme precisão. Os mapas encontrados próximos delas retratam com exatidão a estrutura representada nele, ao ponto de ser possível se saber, 9 mil anos depois, qual dos funis aquele mapa mostra.
O simples fato de seres humanos da época neolítica serem capazes de construir sofisticadas estruturas de pedra, com quilômetros de extensão, para facilitar a caça é uma informação surpreendente, que mostra que nossos ancestrais eram muito mais habilidosos do que se poderia imaginar.
Mas eles serem capazes de desenhar com exatidão os mapas dessas estruturas é mais impressionante ainda. A sua descoberta e a compreensão de suas dimensões e de seu significado só foi possível através do sobrevoo da região. Sem avião e satélite, o ser humano moderno sabia que existiam enormes muros de pedra, mas não sabiam a forma, nem para que serviam.
9 mil anos atrás, os construtores dessas armadilhas não só eram capazes de erguê-las, como faziam seu mapa com enorme precisão. Entre secos e molhados, será que os mais inteligentes somos nós?
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