Chuva fora de hora
As chuvas que atingiram São Paulo nos últimos dias tiveram intensidade maior do que a normal para esta época do ano. Mas as que atingiram São Sebastião no mesmo período, além de serem muito mais intensas, são um alerta importante para o que pode acontecer no próximo verão, quando a temporada das tempestades entra com tudo.
Esta época do ano não é famosa pelas tempestades avassaladoras na região sudeste. Ao contrário, estamos no início dos meses secos, quando a marca registrada é a queda do nível de águas das represas que abastecem o estado. Tradicionalmente, a volta das chuvas só aconteceria depois de setembro, mas este ano as coisas estão acontecendo de outro jeito e as chuvas insistem em ficar.
Como as previsões indicam o fenômeno do “El Niño” entrando em cena com mais força, ninguém sabe exatamente o quê, como e quando vai acontecer. Mas que vai acontecer, vai e que vai bater forte, também vai.
É triste, mas não vamos escapar. Não tem para onde correr. São Paulo, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Minas Geris estão entre os locais onde as tempestades são mais violentas. Que serão atingidos não há dúvida, o que não se sabe é onde a catástrofe será maior, onde mais pessoas serão afetadas, onde os prejuízos serão mais dramáticos.
Também se sabe que, depois de um ponto, não há como pretender fazer alguma coisa… a natureza vence e ponto. Tanto faz a boa vontade da ação humana. Mas, até esse ponto, há muito que pode ser feito para minimizar os estragos.
A pergunta que não quer calar é simples: será que todos os esforços possíveis estão sendo feitos? Será que nossas autoridades estão se empenhando como manda o figurino? Vamos torcer para ser verdade, mas vamos ficar espertos. O seguro morreu de velho.
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