Guangues quebra vidros

A polícia investiga 400 pessoas nos chamados “casos das gangues quebra vidros”. São gangues que ficam em determinados pontos em que os engarrafamentos são certos e que, por isso, o trânsito para, facilitando a ação dos bandidos, que quebram os vidros laterais dos carros parados para roubar o celular do motorista desatento.

Nada de novo debaixo do sol. Antes de ter celular, quando a Rádio ficava na Aclimação, uma tarde fomos assaltados, o diretor, João Lara, o gerente comercial, Plínio Romeiro e eu, em sequência, todos no mesmo local, próximo da Avenida Paulista. E o mais fantástico é que os assaltos aconteceram logo depois de eu entrevistar o coronel da Polícia Militar responsável pelo pedaço, justamente sobre a diminuição dos assaltos na região. Na época, os ladrões não quebravam o vidro, mostravam armas.

Aliás, para confirmar a violência daquele tempo, em poucos meses fui assaltado mais duas vezes, perto da Avenida 9 de Julho, no Centro.

O que está acontecendo agora é um repeteco, só que mais intenso e mais bruto. A pedrada no vidro assusta e a rapidez dos ladrões impressiona. O curioso é que parte dos roubos acontece na mesma região em que fui assaltado muitos anos atrás.

E mais curioso ainda é que a polícia sabe onde os roubos acontecem, mas não consegue interromper a ação dos bandidos, que seguem firmes, levando o celular do próximo com a tranquilidade de quem sabe que as chances estão a seu favor.

É triste saber que, dependendo da região, é complicado e a probabilidade de ser assaltado é grande. Mas mais triste ainda é saber que não tem como desviar. Dependendo do pedaço, tanto faz essa ou aquela rua, em todas você tem boas chances de ficar sem o celular e sem o vidro do seu carro.  

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