As coisas são como são
As últimas pesquisas indicam que Marte pode ter tido vida em algum momento do passado distante. Trezentos mil anos atrás, os habitantes da Grã-Bretanha faziam objetos de pedra muito mais sofisticados do que se imaginava. Quando os portugueses chegaram no Brasil, os habitantes da terra praticavam a antropofagia em rituais nos quais os que seriam comidos tinham papel heroico e relevante.
Por isso, os tupis que habitavam o Planalto de Piratininga ficavam bravos quando os jesuítas, pouco antes das execuções rituais, batizavam as “vítimas”. Eles achavam que a carne dos inimigos batizados perdia o sabor e assim não os matavam, os faziam escravos, com todas as consequências ruins para todos os envolvidos, mas principalmente para o que seria morto num ritual heroico e que, pelo batismo, passava a escravo.
A escravidão é marca registrada do ser humano sobre a terra. Ao longo dos últimos seis mil anos esteve presente em todas as civilizações e fez parte da história de todos os povos. Dizem que ela acabou, mas será que é verdade?
Será que a rotina infernal da vida moderna, com a previdência social no final, não é uma escravidão muito mais sutil e cruel? E as redes sociais? O que são as redes sociais senão uma enorme prisão onde bilhões de pessoas são presas e dirigidas de forma muito mais eficiente do que o “Big Brother” de 1984 conseguiu imaginar?
Ah, os telejornais! Preste atenção nos telejornais. Veja as pessoas se dirigindo ao metrô, nos pontos de ônibus, paradas no trânsito, quais enormes serpentes rituais, todas marchando, sem necessidade de punição, para o trabalho, que constrói vidas honradas, destinadas a terem úlceras de estômago, gastrite, pressão alta, infartos do miocárdio, câncer e acidentes do trabalho para, no fim da história, viverem mais sem saber pra quê.
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