O presente é o novo
[Crônica de 24 de agosto de 2007]
Agosto é o mês do Dia dos Pais. Sua criação é uma grande sacada comercial que aquece as vendas em geral, mas é também um momento gostoso, em que os pais se sentem recompensados com as provas de carinho dos filhos.
Além disto, agosto é o mês de aniversário de muita gente que eu gosto e isso faz dele um mês especial para mim porque me dá a chance de abraçar amigos queridos em momentos bons.
Como se não bastasse, agosto é inverno, e volta e meia faz um frio de rachar que me permite acender a lareira e ficar ao pé do fogo, hipnotizado pelas chamas e bebendo um belo vinho tinto.
Mas não são estas razões que fazem agosto um mês mais que especial para a cidade. O que faz agosto ter outro jeito são as azaleias e sua florada espetacular. Não há ano que São Paulo não mude de cara, alegrada pelas flores coloridas das azaleias enfeitando a cidade.
Alguns anos elas chegam de supetão, em outros entram como quem não quer nada, ocupando os espaços lentamente. Mas o que nunca aconteceu, pelo menos que eu me lembre, foi elas darem o cano. De uma forma ou de outra, as azaleias marcam presença na festa das flores que se sucede continuamente ao longo do ano.
E seu show mereceria bis, porque não há ano em que não se coloquem entre as floradas mais bonitas. É verdade que cada florada tem seu jeito e por isso é injusto falar que uma é mais bonita que a outra. Mas o que é bom na florada das azaleias é que elas são generosas. Nas suas flores elas lembram que a caridade é uma virtude que não deve ser esquecida porque sem ela o mundo fica mais feio. Fica como as cidades que não têm flores, ou as vidas que têm medo da vida.
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