Tem tudo para ficar feio

O que aconteceu no Rio Grande do Sul é um trailer ou é pra valer? Eu não sou do ramo, então não tenho muita base para falar com propriedade sobre o tema. Mas as mudanças climáticas estão aí, o El-Niño está aí e o verão está chegando. 

Para quem não caiu a ficha, o verão é a época dos fenômenos climáticos mais intensos que assolam boa parte do país. Dos ciclones extratropicais, dos tornados, das ventanias e das tempestades, com e sem granizo.

É no verão que as grandes tragédias acontecem, ou era. Agora, com o Rio Grande do Sul devastado no fim do inverno, fica a pergunta: e agora, João? Pegou geral?  

A Serra Fluminense ainda está aí, o Litoral Norte Paulista não fica muito atrás e não é de agora que as chuvas cobram um preço absurdo dos moradores da região. Que o diga o que aconteceu com Caraguatatuba nos anos 1960.

O que não estava no radar é o que acaba de acontecer no Rio Grande do Sul. Um ciclone extratropical devastando uma boa parte do Estado, matando e destruindo com a sem cerimônia de quem sabe que é mais forte.

Como sinal, não poderia ser mais claro e mais dramático. A seguir na toada em que vamos, o verão tem tudo para ser muito pior e aí pode mais quem chora menos. E quem chora menos é a natureza, revidando os ataques a que a submetemos ao longo das últimas décadas.

Pegando de carona o calor abissínio que varreu o hemisfério norte nos meses de verão, não há razão para não acontecer a mesma coisa no hemisfério sul.

Eu não tenho bola de cristal e prefiro esperar para ver. Mas confesso que entro em campo pessimista. Nossas chances não são boas…

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