Como será o verão?
Se o inverno nos deu temperaturas na casa de quase 40 graus, como será o verão? Com base no que está acontecendo no hemisfério norte, onde agora é fim de verão, temos todos os motivos e mais alguns para ficarmos seriamente preocupados.
Quando regiões acima do Trópico de Câncer vivem a experiência de calor perto de 50 graus, quer dizer que a coisa é séria e que o buraco é mais embaixo, desmentindo os que achavam que não era tão complicado assim.
Geleiras nos Alpes, nos Andes e no Himalaia estão derretendo em velocidade inesperadamente alta. Faz algum tempo, voei para o Chile e fiquei impressionado de cruzar uma cordilheira praticamente sem neve nos cumes tradicionalmente brancos nas fotos de cartão postal.
Aliás, foi justamente o Chile que experimentou temperatura de mais de 30 graus em pleno inverno. E o nosso Rio Grande do Sul também sentiu na pele o que é 30 graus em agosto. Da mesma forma que São Paulo.
Se está assim agora, ainda no fim do inverno, e a tendência natural, com base nos movimentos da Terra, é o calor começar a subir nos próximos meses, a pergunta que fica é como estaremos em janeiro e fevereiro…
É uma perspectiva sombria. Cena de filme de ficção científica, depois de uma guerra nuclear ter praticamente destruído a vida humana no planeta. O sol vermelho intenso, nuvens de calor se espalhando pelo planeta, queimando o solo, destruindo florestas, secando rios, causando terremotos e tempestades que acabam com a vida por onde passam.
Pode ser que sim, pode ser que não. Ninguém sabe muito bem para onde o clima vai, mas as probabilidades de dar errado são muito grandes. Com sorte, vamos sentir calor; com menos sorte, vamos sentir muito calor. Num cenário como o do verão europeu deste ano, vamos entregar a alma a Deus porque o corpo, este já foi.
___
Siga nosso podcast para receber minhas crônicas diariamente. Disponível nas principais plataformas: Spotify, Google Podcast e outras.
Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.