O verão promete
Pelo que vai acontecendo, o verão promete. O Sul do país tem sido sistematicamente atingido por eventos climáticos devastadores, com todas as consequências apavorantes que as grandes catástrofes trazem consigo.
O Sudeste pega a rebarba e também paga o preço das maluquices cometidas pelo ser humano nas últimas décadas. É só pensar que fiz uma especialização em preservação do meio ambiente na Alemanha em 1978 para ver que o tema não é novo. Naquela época, os “Verdes” começavam a aparecer e suas demandas não eram aceitas pelos governos, muito mais interessados em progresso a qualquer preço do que em tomar conta do planeta e evitar que o ser humano, algumas décadas depois, acordasse com o pesadelo transformado em realidade, bem à sua frente, em tempestades, furacões, tornados, granizo, vendavais e incêndios florestais devastando o meio ambiente e ameaçando a sua existência.
Não é o planeta que está ameaçado. Para o planeta tanto faz, o problema é nosso. Como ficamos debaixo de tudo que vai acontecendo e que deve se agravar nos próximos anos?
Não tem solução imediata. Nem a seca absurda, que transforma o rio Amazonas num regato de cena pastoral, consegue fazer as nações se mexerem na velocidade exigida para minimizar o desastre. Todos têm desculpas importantes que justificam os adiamentos.
Ainda estamos na primavera e o quadro já está muito complicado. Dá uma ideia do que vem pela frente e que nós não estamos preparados para enfrentar.
Mas o pior é que nem as ações mais simples estão sendo implementadas. É ver as ruas da cidade para se ter certeza de que os bueiros estão entupidos e que a incúria vai agravar o quadro, porque a água que poderia escoar vai se somar à água a mais que cai sem pedir licença.
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