O calor abissínio veio pra ficar
Se alguém tinha alguma dúvida, o calor abissínio veio para ficar. Calor com cara de vingança, de fogo aceso nas profundezas do inferno para nos queimar lentamente, como porco ou cabrito, que ficam mais de dez horas girando em cima das brasas até ficarem prontos, macios e saborosos.
Não está claro se tem gente de fora metida no assunto. Isso mesmo. A força aérea norte-americana não informou se detectou um aumento no movimento dos objetos voadores não identificados que visitam a Terra regularmente, pelo menos de acordo com a versão de ufólogos mais inseridos no contexto.
Se tiver, não há dúvida, são carnívoros e vieram nos preparar para o grande banquete cósmico no qual renovam as forças e as promessas de solidariedade com outros habitantes das galáxias que, por uma razão qualquer, não nos querem dividindo o espaço sideral com eles.
Eu sei que tem gente que dirá que isso é loucura, insanidade, que não tem nenhum extraterrestre querendo comer nosso fígado ou muito menos nossas picanhas. Pode ser que sim, pode ser que não. Alguns já ficaram ricos escrevendo sobre o tema, mas eu não tenho esse talento, então não viajo nas estátuas da Ilha da Páscoa, nem na construção das pirâmides.
O fato concreto, que nos atinge a todos, humanos e não humanos, é o calor abissínio que caiu sobre nossos corpos com a sem cerimônia que o céu poderia cair na cabeça dos gauleses.
Não tem mais como disfarçar. Os serviços de resgate e a Defesa Civil sabem disso. Então, é pôr o time em campo e jogar feito craque porque as chances de queda são concretas e a segunda divisão pode ser cruel.
Mas mais sério ainda seria a capacidade de geração de energia não dar conta do recado. Por causa do aumento do consumo, entrar em colapso e o governo soltar uma nota colocando a culpa no governo passado.
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