Comer bem
[Crônica de 17 de outubro de 2000]
São Paulo é uma das cidades onde melhor se come no mundo. Tem gente que gosta de Nova York, tem gente que prefere Paris, tem gente que elogia Roma ou Florença e estão todos certos, todas são ótimas, lindas e nelas se come bem.
Mas, digam o que disserem, quem falar que come mal em São Paulo, ou nunca saiu para comer, ou está mentindo para fazer gênero e parecer diferente.
São Paulo tem tudo de todas as partes do mundo e com uma enorme vantagem: mesmo com a prefeitura tentando atrapalhar, a cidade gira 24 horas por dia, permitindo que qualquer um coma bem, podendo escolher, de dia ou de noite.
De salada a leite de cabra servido em copo de papel; de carne de porco preparada em restaurante chinês, a churrasquinho grego vendido na porta dos bares do centro velho; de escargot a ostra, tudo é possível, e ao gosto do freguês.
Aqui, quem quiser, come o que quiser, com mais de uma possibilidade de escolha e isso faz uma diferença enorme, inclusive em relação às cidades acima, onde a variedade não é tão grande ou onde os bares e restaurantes fecham mais cedo.
E nessa festa de cores, cheiros e gostos corre grana e gente bonita entra para ver e para ser vista, até mais do que para comer. Para mostrar poder, conseguindo mesa de centro em restaurante lotado, ou ser atendido pelo dono, que faz questão de sentar-se na mesa de seus melhores clientes.
Mas não se preocupe, porque além de gente bonita tem comida boa, muita comida boa, como a preparada pelos Belarmino Iglésias, pai e filho, em seus simpáticos e excelentes Rubaiyat, que além da melhor carne, agora servem também a melhor feijoada da cidade.
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