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Dia Internacional da Mulher

[Crônica de 8 de março de 2010]

Hoje é o dia da mulher. Foi escolhido para eternizar a memória do massacre de mais de cem operárias norte-americanas dentro de uma fábrica, mas, como costuma acontecer, pouca gente sabe disso.

8 de março é o dia da mulher e ponto final. Curto, direto, bom para o comércio, bom para feministas que imaginam que um dia simboliza uma mudança de paradigma, bom para quem escreve crônicas.

Quem escreve crônicas pode questionar, levantar pontos que incomodam, discutir a relação. Será que tem sentido as mulheres terem um dia especial? Será que apenas no dia 8 de março elas devem ser lembradas, para, com sorte, ganharem um presente?

Me parece pouco. Me parece desonesto. Me parece injusto com mais da metade da população do planeta. Se o dia 8 de março é o dia da mulher, quer dizer que todos os outros dias são dias do homem? Então para que o dia da criança, o dia do negro, o dia do índio? Se for assim, estariam roubando os homens.

A mulher é a essência da vida. É dela que nascem universos, sonhos, possibilidades.

É nela que está escondido o mistério da vida. Seu corpo gera outro corpo, que gera outro corpo, formando uma cadeia mágica, perpetuando a espécie. 

Quem é o homem para dizer que a mulher merece um único dia! Todos os dias são dais da mulher. Ela é a pergunta e a resposta. O milagre que gera o milagre. Não é por outra razão que o arcanjo ao se ajoelhar diante de Maria a saudou dizendo: Ave, cheia de graça, o Senhor é convosco…

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.