Qual será o fim disso tudo?
O Brasil comemorou a aprovação da Reforma Tributária. Foi um passo importante para diminuir o cipoal tributário que governa nossas vidas, prendendo os 200 milhões de brasileiros numa teia à prova de fugas, que sufoca a nação com o regime fiscal mais insano do mundo.
Na visão de parte da nação, era isso ou não era. O que ninguém falou claramente é que essa Reforma é boa para a indústria, mas ameaça seriamente todo o setor de serviços e complica bastante a vida do comércio. Quer dizer, será que o tiro foi tão bem dado assim?
Nos últimos messes, participei de algumas reuniões para discutir o tema, inclusive com gente do governo. A impressão que eu tenho é que, em primeiro lugar, ninguém sabe muito bem qual será o fim disto tudo e, em segundo, que há o risco do tiro sair pela culatra e, no ano de 2032, se descobrir que não era bem isso. Então, “vocês queiram nos desculpar pelo tempo perdido, pelo dinheiro gasto e pelo caos na economia”…
As incertezas são imensas. Se houvesse um mínimo de domínio da matéria e competência no que vai sendo feito, pode ser que desse para salvar alguma coisa. Como, até agora, não parece ter, é provável que a vaca vá para o brejo lentamente, numa morte agonizante, que tem tudo para arrastar o país junto.
É verdade, tem muita gente boa debruçada em cima do problema, gente com as mais altas credenciais para tentar resolver o nó e dar uma solução palatável para o quadro. Mas é difícil. É muito difícil e o tema está muito mais atrasado do que deveria estar.
Alguns dos maiores tributaristas do país estão céticos e outros dizem com todas as letras que o Brasil vai se arrepender da aventura. Na outra ponta, ninguém consegue mostrar como começaremos a pagar menos impostos. Então é rezar porque tem tudo para dar errado.
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