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A dengue toma conta da cidade

A dengue se espalha pelo Brasil com a velocidade das grandes catástrofes anunciadas. São mais de 2 milhões de casos. É número para ninguém colocar defeito.

É verdade, houve muito erro e demora nos movimentos do governo. Mas, desta vez, a culpa não é só dele, ou melhor, a culpa é principalmente da população, que não toma as medidas necessárias para controlar a proliferação do mosquito.

A falta de cuidado de um implica na doença de outro. Não adianta nada você não deixar água empoçada no seu terreno se o seu vizinho não faz a mesma coisa e, como o mosquito pode voar uma distância razoável, o mosquito nascido na poça do seu vizinho pode voar até sua casa e te picar.

Graças a Deus, a dengue não tem a mortalidade da covid. Se tivesse, o Brasil estaria numa situação bem mais grave. Mas a dengue também mata e a vítimas fatais vão se somando, dia após dia, em todos os estados da Federação.

Tinha quem dissesse que a dengue era uma doença elitista, que ela atacava preferencialmente os mais pobres. Mas a própria dengue está se encarregando de desmistificar o que se falava sobre ela. Por exemplo, a cidade de São Paulo não tem mais nenhuma região com índices abaixo de pandemia. Em outras palavras, a dengue veio, viu e venceu. A cidade está à sua mercê e não há nada que o Poder Público possa fazer para inverter a tendência, pelo menos até a maioria da população se convencer que tem que fazer a sua parte, que tem que não deixar água empoçar, que tem que prestar atenção porque o quadro é muito sério.

É verdade, a dengue não é um fenômeno brasileiro. Está em expansão por todas as Américas. Mas o nosso problema é resolver a coisa aqui. E aí, se a população não ajudar, só governo não vai dar conta da missão.

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.