A dengue toma conta da cidade
A dengue se espalha pelo Brasil com a velocidade das grandes catástrofes anunciadas. São mais de 2 milhões de casos. É número para ninguém colocar defeito.
É verdade, houve muito erro e demora nos movimentos do governo. Mas, desta vez, a culpa não é só dele, ou melhor, a culpa é principalmente da população, que não toma as medidas necessárias para controlar a proliferação do mosquito.
A falta de cuidado de um implica na doença de outro. Não adianta nada você não deixar água empoçada no seu terreno se o seu vizinho não faz a mesma coisa e, como o mosquito pode voar uma distância razoável, o mosquito nascido na poça do seu vizinho pode voar até sua casa e te picar.
Graças a Deus, a dengue não tem a mortalidade da covid. Se tivesse, o Brasil estaria numa situação bem mais grave. Mas a dengue também mata e a vítimas fatais vão se somando, dia após dia, em todos os estados da Federação.
Tinha quem dissesse que a dengue era uma doença elitista, que ela atacava preferencialmente os mais pobres. Mas a própria dengue está se encarregando de desmistificar o que se falava sobre ela. Por exemplo, a cidade de São Paulo não tem mais nenhuma região com índices abaixo de pandemia. Em outras palavras, a dengue veio, viu e venceu. A cidade está à sua mercê e não há nada que o Poder Público possa fazer para inverter a tendência, pelo menos até a maioria da população se convencer que tem que fazer a sua parte, que tem que não deixar água empoçar, que tem que prestar atenção porque o quadro é muito sério.
É verdade, a dengue não é um fenômeno brasileiro. Está em expansão por todas as Américas. Mas o nosso problema é resolver a coisa aqui. E aí, se a população não ajudar, só governo não vai dar conta da missão.
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