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Roubo de celular

O problema com o roubo de celulares deixou de ser o aparelho para virar a conta corrente. O grande prejuízo não é mais o aparelho furtado. Ainda que podendo custar caro, perto do estrago que os bandidos podem fazer na sua conta corrente, o preço do aparelho se torna quase irrelevante. 

Como dizia o caipira, na época que havia caipira, “é duro, sô!” O rombo pode chegar a valores muito altos, até se você não tiver esse valor na conta. É comum os bancos concederem empréstimos pré-aprovados e os bandidos, depois de entrarem na conta, a primeira coisa que fazem é ativar o empréstimo e enviar três ou quatro PIX com o total do crédito para contas de “laranjas” previamente escolhidos para recebê-los.

Quando esse é o golpe, seu prejuízo não acaba aí. O banco simpaticamente desconta as parcelas do empréstimo da sua conta, mesmo você avisando o golpe. Eles não reconhecem e dizem que não têm nenhuma responsabilidade. Que checaram e a operação foi feita regularmente. Então o problema é seu.

O mais interessante é que eles vendem seguro contra os golpes a que você pode estar sujeito, mas desde que tenha violência para conseguir o celular ou os dados. Se não tiver, o seguro não paga. Como a maioria dos golpes não tem violência, o seguro não serve para muita coisa, a ser a seguradora do banco receber o dinheiro do prêmio.

Voltando ao roubo dos celulares, alguns aparelhos custam caro, bem caro, mas, em comparação com os valores que os bandidos acessam, quanto ao preço do aparelho, fica o dito pelo não dito.

O mais triste é que muitas vezes a vítima, quer dizer, o dono do celular toma um tiro e morre porque o bandido não está nem aí para as consequências. Como ele sabe que, na maioria das vezes, se for preso, sai quase em seguida, puxar ou não o gatilho não quer dizer nada.

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.