A boçalidade a serviço de um idiota
Faz pouco tempo, recebi um WhatsApp com uma notícia de jornal, informando a morte de um homem importante. Para mim, mais importante do que ele ser importante é que o falecido era irmão de um querido amigo de muitos anos.
Como a informação veio embrulhada numa notícia de órgão de imprensa e me foi passada por fonte mais do que confiável, absorvi o choque e passei um WhatsApp para o meu amigo, dando o abraço mais apertado pela perda do irmão.
Qual não foi minha surpresa quando, menos de meia hora depois, a esposa do meu amigo me telefona negando a notícia da morte, me dizendo que acabara de falar com a filha do hipotético morto e que ele estava em casa, muito bem, obrigado.
A pergunta óbvia que ela me fez foi como eu fiquei sabendo que o irmão do meu amigo havia falecido. Não só disse para ela, como encaminhei o WhatsApp que eu havia recebido.
Ela voltou a me contatar muito impressionada e me contou que havia falado com o filho do morto que não morreu e que ele estava em choque em função da quantidade de telefonemas e mensagens que havia recebido pela morte do pai.
Ok, nós temos fake news e elas não produzem nada de bom. Mas as fake news costumam ser sobre política. Eu gostaria de saber o que leva alguém a inventar a morte de uma pessoa e divulgar a notícia através das redes sociais, onde evidentemente estarão amigos, parentes e conhecidos da pessoa que não morreu, mas que foi informado que morreu. Será que o idiota que fez isso pensou no tamanho da dor que ele poderia causar? Ou será que é alguém mau de verdade, desses que a gente acha que só tem em filmes, mas que está mais perto do que pensamos?
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