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O Brasil tem tudo para dar certo

O Brasil tem tudo para dar certo, mas não dá. Quando chega no portão, alguma coisa dá errado e nós não entramos no reino da bem-aventurança. Não, ficamos de fora, vendo a festa do outro lado, enquanto seguimos firmes, na toada de sempre, pobres e sem esperança.

Esse é o drama: seguimos sem esperança. Os jovens seguirão morrendo, as favelas seguirão em áreas de risco, o crime organizado vai em frente e os políticos fazem o que podem para manter tudo como está, porque, se mudar, por pouco que seja, com certeza o povo não vota neles.

O Brasil é rico. Tem minerais, petróleo, níquel, zinco, nióbio, ferro e o mais que desejarem fáceis de serem extraídos. A terra é fértil e vasta. Não precisamos desmatar nem mais um hectare. Com a tecnologia atual dobramos a produção de alimentos apenas recuperando as pastagens degradadas.

Por que dá errado? Porque, se temos tudo isso, temos também o político brasileiro, espécie particular de ser humano atípico, onde toda sorte de ondas negativas se soma para criar um ser indigesto, que destrói em volta e pouco se lixa com isso, desde que ganhe o dele, tanto faz como.

Para grande parte dos políticos brasileiros, quanto pior, melhor. Doenças, pandemias, mortes violentas, falta de saneamento básico e água tratada, energia barata, tudo isso é música, marcha triunfal que garante que fica tudo como sempre foi, com a miséria comendo solta nos milhões de cidadãos abaixo da linha de pobreza ou vulneráveis à fome.

O Brasil tem tudo dar certo, mas para quê? Se o Brasil der certo, como fica grande parte de nossos heroicos representantes? Deputados, senadores, vereadores, governadores, prefeitos e o mais que vinga feito saúva e destrói o que tem em volta, pouco se lixando com o bem-estar do próximo. O Brasil tem tudo para dar certo. Quem sabe um dia até dê…   

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.