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As amoras chegaram

As amoras chegaram. Tem quem veja nisso um significado escondido, uma mensagem das forças cósmicas esperando a hora certa para entrarem com tudo na vida da Terra. Pode ser, como pode ser um sinal do alto dando a previsão para as eleições em Caxambi do Pau Torto. Sei lá, pode ser tanta coisa que fica difícil imaginar o que seja.

Tem também quem diga que as amoras chegarem não é mais do que o ciclo do ano dando sua volta, com cada momento ocupando seu espaço. E, como as amoras têm o espaço delas, não estão fazendo mais que ocupar o seu espaço.

Concordo com a segunda versão, mas não descarto a primeira. Há mais coisa na safra das amoras do que concebe a nossa ciência. Começando pelo começo, afinal, por que as amoras são amoras? Ou melhor, por que tem uma fruta chamada amora que amadurece nessa época do ano? Por que não outra? São respostas lógicas que nós não entendemos, mas que, para um botânico, fazem todo o sentido.

Para o comum dos mortais as amoras chegarem está muito bom. Da mesma forma que a safra das jabuticabas ou das pitangas, para ficar perto no tempo. Isso mesmo, as jabuticabas deveriam estar maduras e, em pouco tempo, as pitangas estarão dando as caras. Nada que não aconteça regularmente, ano depois de ano, na longa existência do planeta.

Não é verdade que tenha ligação entre as amoras maduras e eventuais cadeiradas em debates políticos. Também não é verdade as amoras tenham tomado partido no entrevero.  Seja como for, há razões a favor e contra para explicar o que aconteceu, mas que a televisão tirou do ar rapidamente.

Com baixaria ou sem, com a Justiça Eleitoral acertando ou não, tanto faz, agora é o momento de comer amora no pé e isso é muito bom.    

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.