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A igreja da Luz

[Crônica de 15 de março de 2020]

O complexo religioso da Luz é das construções mais bonitas de São Paulo. Composto pela igreja, pelo mosteiro e pelo museu de Arte Sacra, é uma construção imponente, que chama a atenção de quem passa pelo pedaço.

Construções antigas, todas com grossas paredes de taipa, quem sabe o chão do museu, feito com tábuas largas muito largas, seja o melhor referencial para se ter uma ideia do tamanho das árvores que existiam em torno de São Paulo.

A primeira igreja erguida onde a atual igreja da Luz se encontra, volta no tempo para provavelmente antes de 1600, o que faz do lugar um dos mais antigos de São Paulo, sendo que no começo do século 18 a capela então existente passou para a guarda perpétua dos beneditinos.

A atual igreja da Luz está diretamente ligada a Frei Galvão. O Frei Galvão que tem tudo para se tornar o primeiro santo brasileiro, por conta de seus milagres e de sua vida santa, parte dela dedicada ao convento da Luz, do qual a igreja da Luz é parte.

É uma igreja colonial paulista, de linhas simples que não podem de forma alguma ser compradas com as grandes igrejas da Bahia e de Minas Gerais. Mas é uma igreja que mostra como era São Paulo nos tempos das bandeiras, e, depois, dos tropeiros, que deixavam a cidade para abastecer as Minas de ouro com suas tropas de burros carregadas com tudo que a vida civilizada poderia precisar.

É uma igreja encantadora, anexa ao convento até hoje fechado para o mundo exterior, e por isso tem a curiosidade de ter duas entradas. Consagrada a Nossa Senhora da Luz, a igreja da Luz é uma igreja alegre, que faz bem a gente visitar.
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Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.