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Era igual ao que é hoje

Muitas vezes, ao vermos documentários sobre as civilizações antigas, ficamos com a impressão de que a vida seguia em outro ritmo, onde reis e imperadores, generais e senadores tramavam o tempo todo, numa disputa ensandecida pelo poder. Valia tudo, até colocar fogo na capital do Império, como Nero foi acusado de fazer. De acordo com a lenda, o imperador tocava cítara enquanto Roma ardia, numa ação que deu errado, envolvendo a perseguição aos cristãos.

Hoje se sabe que Roma não ardeu como a lenda conta e que Nero não teve nada a ver com o incêndio. Até a imagem monstruosa criada em torno do imperador já foi revista. Mas não é esse o foco da crônica.

A pergunta a ser respondida é: será que as pessoas comuns das civilizações antigas viviam como vivemos hoje? E a resposta é: guardadas as proporções, sim, a vida cotidiana em todas as civilizações é mais ou menos a mesma, tanto faz a época, o continente, ou o povo.

As pessoas comuns, operários, artesãos, classe média em geral, tinham e têm as mesmas necessidades, as mesmas preocupações, o mesmo modo de dar conta de recado, de conseguir comida, comprar roupas, ter um lar para chamar de seu.

Até 1993, o mundo não conhecia a internet, nem as mudanças dramáticas trazidas por ela para a rotina das pessoas. No mais, de carro importado ou liteira, as tarefas eram as mesmas. Até a diversão era grosso modo a mesma – que o digam as lutas de MMA em comparação com os combates dos gladiadores.

Nem o pensamento político era tão diferente.  A democracia é uma invenção ateniense e o socialismo uma criação espartana. Já a imensa classe dos tiranos, estes se espalhavam pelo mundo helênico, uns mais duros, outros menos, mas todos muito parecidos com o que temos hoje.         

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.