A cratera da bis

Há coisa de um mês e pouco abriu uma cratera na Marginal Tietê, entrada para a Rodovia dos Bandeirantes. Eu escrevi sobre ela porque a CET, a gloriosa companhia de trânsito, fez questão de mostrar que não está nem aí para a população e atendeu mal o público em geral e a Rádio Eldorado em particular.

Tudo bem, depois de analisar os fatos a conclusão das autoridades é que a culpa pela cratera era da SABESP, que se mexeu mais lentamente do que seria de se esperar de uma empresa comprometida com a cidade, mas se mexeu, e depois de mais dias do que incialmente previsto, o serviço ficou pronto. Ou pelo menos, pareceu que tinha ficado pronto. A cratera estava fechada e o trânsito fluía de novo.

Passados pouco mais de um mês, epa! Tem boi na linha, alguma coisa está errada.

Lá está a cratera de novo, exatamente no mesmo lugar, exatamente igual a uma cratera que durante anos abria todos os verões, na Avenida Nove de Julho.

Não era de se esperar, mas a cratera da Marginal Tietê reabriu. Alguém mais desavisado poderia ficar impressionado com a resiliência e força de recuperação da cratera. Uma retomada da tradição das grandes crateras que abriam em São Paulo e que engoliam ônibus inteiros.

Mas não, desta vez a cratera foi só a consequência. Seu retorno, que numa ação de marketing poderia reposicionar as crateras no universo metropolitano, não foi mérito seu, foi incompetência ou desídia da SABESP.

Não tem cabimento menos de dois meses depois do buraco ser tapado, o buraco reabrir. E foi o que aconteceu. Nem se o Deus das crateras entrasse em cena daria tempo para isso. A falha e falha feia, foi da SABESP que depois de privatizada deu de pisar na bola.