História é história
Quando os portugueses chegaram no Brasil, a terra era ocupada por centenas de tribos, espalhadas desde a floresta amazônica, até os pampas. O contato inicial foi com os povos da costa, os que falavam o que depois seria conhecida como “língua geral”, basicamente povos tupis e guaranis.
Ao contrário do que se conta hoje, esses povos não eram pacíficos, guerreavam entre si e tinham rituais próprios para honrar os mais valentes e reconhecer a bravura inclusive dos prisioneiros.
Não eram pacíficos agricultores, nem foram brutalmente atacados pelos europeus, ao contrário nos primeiros anos os europeus dependiam da boa vontade e das alianças firmadas com os ameríndios.
Os moradores da terra não eram bonzinhos e entre suas práticas estava a antropofagia, o canibalismo sadiamente praticado e que os levava a devorarem os inimigos aprisionados. Quando não os devoravam, os prisioneiros eram escravizados, perdiam sua condição de guerreiros e eram primeiro agredidos e depois desprezados pelas mulheres e crianças.
Os rituais de canibalismo eram impressionantes. Neles o vencedor declarava que havia feito o inimigo prisioneiro e que iria matá-lo e depois devorá-lo para ganhar suas qualidades, coragem e bravura. E o prisioneiro respondia ofendendo seu captor e o ameaçando com a vingança de seus parentes que destruiriam a tribo, matariam os guerreiros, levariam as mulheres e os devorariam para vingar o indígena que seria sacrificado.
Os jesuítas se horrorizavam com estes rituais e tentavam impedir a sua consumação. O melhor meio para isso era aspergir água benta nos prisioneiros que seriam sacrificados. Os indígenas acreditavam que a carne dos inimigos molhadas com água benta ficava com gosto ruim. Então eles não matavam estes prisioneiros, mas os prisioneiros não perdoavam os padres, porque em vez de serem mortos com honra eram escravizados.