De novo as floradas
[Crônica de 17 de junho de 2005]
As floradas de São Paulo dão um tom especial para a cidade e faz mais alegre a vida das pessoas. Elas se sucedem num ritmo todo próprio, com jeito de que não foram pensadas para acontecer uma depois da outra, e é bem capaz que tenha sido assim. Alguém plantou uma árvore, em seguida outro plantou um arbusto e um terceiro fez um canteiro de flores numa praça meio largada.
Ficaram bonitos, então um novo alguém determinou que se plantassem mais árvores daquele tipo, ou arbustos, e que fizessem outros canteiros de flores nas praças mais ou menos abandonadas.
O resultado ficou bom e a cidade mais bonita e daí pra frente planar árvores que tivessem floradas pareceu inteligente e barato para os políticos disfarçarem o que não faziam ou o que faziam, mas que não deveriam fazer.
Se a história é mesmo essa ou não, eu não sei, o bom da crônica é que ela te permite viajar no tema e criar realidades mais reais do que a realidade, mas que podem não ser reais.
O fato concreto, belo e insofismável é que São Paulo tem ao longo do ano uma série de floradas que se sucedem enfeitando a cidade com cores que destoam do cinza triste que é o padrão, e enfeitam os espaços com o roxo, o rosa, o branco, que trazem vida para a vida e alegria para os olhos.
Agora é a vez do roxo, nos jacarandazinhos paulistas e nos ipês que começam a sair do armário, explodindo em cacho densos, que ficam balançando nas pontas de seus galhos finos e sem folhas.
É uma festa que faz bem aos olhos. Que alegra a alma e que deve ter um impacto positivo para a queda da violência.
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