Coragem e covardia
Uma coisa é coragem, outra é covardia. São antônimos. Definem exatamente o contrário uma da outra. A primeira é homenageada, a segunda desprezada. E é certo que seja assim, o ser humano necessita parâmetros para se guiar. E coragem e covardia se colocam, ou se colocavam, como grandes marcos, diferenciais importantes para definir as coisas, dar a dimensão correta da postura correta, e ela passava pelo elogio a coragem e pelo desprezo a covardia.
Outra coisa é comparar coragem e medo. Eu tenho medo de quem não tem medo. Não ter medo não é virtude, é loucura. Se atirar como um maluco contra algo ou alguém muito mais forte, sem pensar nas consequências, ou em medidas para minimizar os danos e até transformá-los em armas a seu favor não é coragem, é estupidez.
Ser corajoso implica em ter medo. Não ter medo é sinônimo de insensatez, de desprezo a vida, de pouca inteligência.
Pode acontecer de a gente se expor, sem plano B. Não dominamos todas as variáveis e muitas vezes elas caem em cima de nós com a violência do céu caindo na cabeça dos gauleses. Aí não tem o que fazer, é lutar para sobreviver de qualquer maneira. Não há tempo para se pensar muito, só reagir e tentar ficar de pé.
Mas provocar publicamente o outro, sabendo que o outro é mais forte, é burrice. Até porque raramente alguém te ajuda nessa hora. Meu pai dizia que rolinha que cisca muito quer chumbo.
Neste momento o Brasil está debaixo do ataque da nação mais poderosa do mundo, governada por um presidente imprevisível. Está na hora de ser corajoso, ter medo e dominar o medo. É isso que vai mostrar a melhor estratégia para evitar estragos muito grandes. E com certeza o caminho não passa pela tentativa de ganhar na força bruta.
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