Antes tarde do que nunca
E o São Paulo redescobriu o antigo e glorioso São Paulo. De repente, o time começou a jogar futebol. E a jogar bonito. O time que jogava para trás está dando lugar a outro que joga para frente, que tem fome de bola, que quer marcar gols. Quem ganha com isso é o torcedor e o campeonato, que passa a ter mais um time disposto a dar show e encher os olhos da galera, a dar alegria nos gritos de gol.
Não sei se não estou me precipitando, mas pelo que o time está mostrando, ainda que com meia derrapada aqui e outra ali, coisas da vida, é para ficar animado e eu estou. Dá-lhe São Paulo, você tem o direito divino de ganhar quando quiser, que bom que você foi resgatar este direito, que bom que você está enchendo os olhos da sua torcida.
Eu sei que ainda falta muito para poder ter certeza de que a mudança é para valer, que não é fogo de palha, que o time que redescobriu o futebol veio para ficar, par marcar época, para resgatar as glórias que fizeram dele o maior time brasileiro, três vezes campeão do mundo.
Quem pode, pode, depois da tempestade o céu vai ficando azul, a ventania se transforma em brisa, o time joga bola, parece um balé bem ensaiado e o torcedor nas arquibancadas enche os olhos, fica alegre, reencontra a felicidade do jogo bem jogado, reconhece e aplaude.
O que mudou, o que não mudou? Mudou antes de tudo a atitude. A vontade em campo. Antes, tanto fazia qualquer coisa, agora o que vale é jogar para ganhar. E os resultados começam a surgir. O time sobe na tabela, o jeito de conversar sobre ele mudou, agora a esperança dá lugar a realidade. De novo, é possível. De novo, dá para acreditar, para ter orgulho, para saber que é de verdade.
Vai fundo São Paulo, mesmo sendo um pouco cedo para tanto otimismo, agora é sua vez, chuta de bico que o jogo é de taça.
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