Que vai doer, vai
Não tem como, com acerto ou desacerto, com o aumento das isenções, com tudo de bom que pode improvavelmente acontecer, ainda assim, vai doer.
Eu sigo não acreditando que a família Bolsonaro tenha tanto poder junto a Donald Trump. Poder é evidente que eles têm, só que não por eles, mas porque interessa ao presidente norte-americano fazer teatro diante das câmeras do mundo. O Brasil é a bola da vez? Nem isso está muito claro.
O jogo é mais profundo e mais pesado. Nós somos café pequeno perto dos interesses envolvidos. Estados Unidos, China, Rússia e Índia são pesos pesados que nós não estamos perto de chegar, nem com toda a megalomania do Lula.
Entre secos e molhados, temos um exército despreparado, uma força aérea boa para a América do Sul, que não tem força aérea, e uma marinha velha, com fragatas da década de 1970 como as nossas grandes embarcações.
Se tivéssemos todos os aviões novos já entregues e os somássemos aos outros, usados, ainda assim, nossa força aérea seria menor do que um único porta-aviões nuclear norte-americano carrega. E muito menos tecnológica.
Economicamente também não fazemos muita diferença. Somos grandes produtores de commodities, exatamente como éramos no começo do século 20. Entre secos e molhados, não interferimos no jogo. Vamos a reboque e a verdade é que ninguém vai comprar briga por nós.
Mas somos grandes. Então é legal bater na gente. “Olha só, nós estamos batendo no grandão. Somos poderosos e lutamos para salvar a democracia mundial dos ataques de ódio de um ministro do Supremo deles”.
Vai doer, não tem como ser diferente.
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