Rosa Monteiro no Instituto Cervantes
Faz algum tempo que o Instituto Cervantes e a Academia Paulista de Letras acertaram uma colaboração para o incremento de atividades culturais ligadas às duas casas. Combinada pelo diretor do Instituto Cervantes e pela diretoria da Academia Paulista de Letras, a parceria já está em andamento e por conta dela tive o privilégio de participar, no dia 5 de agosto, de uma noite memorável, quando o Instituto Cervantes, na Avenida Paulista, foi palco de um diálogo extremamente rico entre a escritora e jornalista espanhola Rosa Monteiro e a jornalista brasileira Vera Magalhães.
Rosa Monteiro é escritora e jornalista consagrada. Festejada há vários anos, foi editora chefe do jornal El Pais, um dos mais importantes da Espanha, e tem vários livros publicados e reconhecidos internacionalmente.
Ouvi-la expor sua caminhada e as razões que a levam a seguir assim ou assado foi uma experiência rica e instigante. É sempre bom ouvir coisas inteligentes e com certeza a palestra da escritora espanhola foi muito inteligente.
Não há como separar o autor do ser humano. Por mais que um procure agir com o máximo de independência em relação ao outro, não misturando experiências pessoais na construção de suas histórias e personagens, é muito difícil, se não impossível, manter a porteira fechada. De alguma forma, sempre escapa um pedaço, uma experiência, uma ideia, uma vivência, uma dor, um luto, que se intromete perifericamente na construção, dá o tom de um personagem, cria um clima mais ou menos semelhante a história real, enfim, soma para o todo ser o mais honesto possível.
Rosa Monteiro busca essa separação, mas ela mesmo reconhece que não há como fazê-la absolutamente. A vida cobra seu preço e impõe sua realidade. Não há fuga ou como fazer diferente. O maravilhoso em Rosa Monteiro é que a história da sua vida faz sua obra mais rica.
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