Os caminhos do mar

Eu ganhei da viúva do arquiteto Benedito Lima de Toledo um livro fascinante. Os Caminhos do Mar. Uma breve história dos caminhos que desde o descobrimento subiram a Serra, ligando São Paulo ao litoral.

Último livro do grande arquiteto, Os Caminhos do Mar é uma aventura rumo ao passado, desencavando da mata, da lama, do descaso e do tempo, as rotas que ligaram o Cubatão ao alto da serra de Paranapiacaba, desde o primeiro, conhecido como “Caminho do Padre José”, até a moderna Rodovia dos Imigrantes, que não faz parte central dos alvos do trabalho.

“O Caminho do Padre José” é uma homenagem ao Padre José de Anchieta, que em 1560 presidiu a construção da nova trilha que ligava o mar ao planalto, desviando da trilha do Rio Mogi, cercada por índios hostis. Era uma trilha pela qual só era possível seguir em fila indiana. As cargas seguiam nas costas dos indígenas e as pessoas literalmente se agarravam as raízes para poderem subir. Era tido como um dos piores caminhos do mundo.

Em 1790 o governador de São Paulo decidiu abrir uma nova estrada para substituir o Caminho do Padre José. A Estrada do Lorena foi a melhor estrada do Brasil na sua época. Por ela subiu D. Pedro na viagem em que proclamou a independência. Até hoje ela subsiste no meio da mata.

Depois, foi aberta a Estrada da Maioridade, por onde subiu D. Pedro II. Mais tarde conhecida como Caminho do Mar, foi adaptada aos tempos modernos, para receber tráfego de carros e caminhões.

O livro é bonito, bem editado, rico em documentos iconográficos, com estudos de cada caminho e um texto fácil de ler, que explica com simplicidade a saga monumental da conquista da Serra do Mar e a ligação entre o planalto e a Baixada Santista.

Obrigado Susana, pelo livro e obrigado Benedito por tê-lo escrito.

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