Os quero-queros

A USP é um lugar muito especial, tem animais de todos os jeitos e tipos, de pele, pena, couro e escamas interagindo com os humanos que, no fundo, também são animais vertebrados, da ordem dos mamíferos, ou seja, dos que mamam, na mãe, na mamadeira e na grana pública.

Entre as várias espécies que transformaram a enorme área da Cidade Universitária em domicílio, os quero-queros têm lugar de destaque. Aves símbolo do Rio Grande do Sul, um belo dia meia dúzia deles pousaram na Cidade Universitária, viram que o lugar era bom e chamaram a parentalha.

E eles vieram em bando e foram se apossando dos gramados em volta das faculdades com a sem cerimônia que os dragões de Comodo entram e saem das vilas da ilha.

Afinal, pode mais quem chora menos e os quero-queros podem muito, até porque são muitos e seu grito de guerra se espalha pelo pedaço como se fossem atacar todo mundo que passa perto de onde estão.

Como ficam só no grito e num certo enfrentamento que não avança, mas os faz ficar andando perto, sem chegar perto demais, os quero-queros se desmoralizam e depois de um tempo não assustam nem quem os está vendo pela primeira vez.

Mas eles não se dão por achados, seguem na gritaria, voando curto, chamando parceiros para auxiliarem na dura missão de colocar medo em quem depois de um certo tempo sabe que não precisa ter medo, que os quero-queros não vão fazer nada.

O importante é não perder a pose. Manter as aparências, cortar de cima, fazer de conta que está tudo bem e que quem controla o jogo são eles.

Pra que mais? Com a pose e retratos tirados pela turma que anda por lá, eles se dão por satisfeitos. Se você quer que eles corram da briga, qual o que, olha a foto e a brabeza dos quero-queros.

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