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Metrô 35 anos

[Crônica de 22 de setembro de 2009]

O Metrô de São Paulo está completando 35 anos de existência. Perto dos grandes metrôs das grandes cidades do mundo, é um tempo de vida muito curto. Quase desprezível, frente ao século de bons serviços dos metrôs de Londres, Paris ou Nova Iorque.

Mesmo o metrô de Buenos Aires é bem mais antigo, o que não quer dizer mais eficiente. De qualquer forma, o metrô paulistano é o mais antigo e o maior dos metrôs brasileiros. O que tem lógica e não é pouco.

Lógica porque São Paulo é a maior cidade do país. E não é pouco porque numa nação onde nem sempre a lógica prevalece, a cidade tem um sistema de transporte que não deve nada, em termos de qualidade, ao melhor, feito no mundo.

O metrô paulistano ainda é exemplo de bom funcionamento e de respeito pela população. Na medida em que funciona bem, é bem cuidado e limpo a população o respeita, o que não acontece até hoje com os trens urbanos, mesmo quando são composições com vagões modernos.

Mas falta linha. Falta muita linha para ele realmente cumprir sua missão de transportar rapidamente, para todos os lados da metrópole.

Falta linha na cidade e falta linha para a região metropolitana. Não é só na capital que precisa muito mais trilho e muito mais trem. Não há como colocar ordem no caos sem que se faça um planejamento integrado das necessidades de transporte de toda a região.

Só quando ele estiver desenhado e implantado o trânsito tem alguma chance de melhorar. Até lá, os engarrafamentos serão parte da rotina, da mesma forma que a fumaça preta saída das chaminés dos ônibus.

Mas agora é hora de comemorar. Ainda que pequeno para nossas necessidades o metro é um exemplo de que o país pode funcionar.

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Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.

Antonio Penteado Mendonça

Advogado, formado pela Faculdade de Direito Largo São Francisco, com pós-graduação na Alemanha e na Fundação Getulio Vargas (FGV). Provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (2017/2020), atual Irmão Mesário da Irmandade, ex-presidente e atual 1º secretário da Academia Paulista de Letras, professor da FIA-FEA e do GV-PEC, palestrante, assessor e consultor em seguros.