Os congestionamentos se superam
São Paulo trocou a centena pelo milhar. Agora, os congestionamentos na cidade passam dos mil quilômetros, nos finais de tarde. Como a CET monitora menos de 50% das ruas, de verdade este número é bem maior, mas, tudo bem, os mil quilômetros oficiais já são ordem de grandeza para fazer técnico de trânsito japonês não acreditar no número.
Não tem o que fazer, quem cai numa arapuca dessas e fica preso numa rua mais travada tem algumas alternativas, entre elas as mais adotadas ainda por cima ajudam a CET engordar o caixa.
Você pode rezar para o Menino Jesus de Praga, para São Cristóvão, ouvir uma ópera italiana, cantar axé, pedir benção para o santo, são todas formas válidas de tentar minimizar o estrago e a uma hora que você ficará se arrastando para andar poucos metros.
Mas não é isso que a maioria dos motoristas faz. Não, isso é coisa do século passado, atualmente a força está nas redes socais e é por aí que os motoristas vão. Acessar o celular é a verdade, o caminho e a vida. O resto está nos livros antigos que ninguém mais lê.
É aí que a CET ri como o diabo depois de levar mais uma alma para as profundas do inferno. O diabo não é esperto porque é diabo, o diabo é esperto porque é velho. A regra se aplica a CET. Ela não é tão velha quanto o diabo, mas já tem décadas de experiência nas ruas da cidade, então ela conhece o motorista padrão e sabe que ele vai pegar o celular. Algum radar vai flagrar e ela fatura mais uma multa.
Sim, radar. Esperar que marronzinho multe é tirar a sorte grande. Faz tempo que eles não aparecem. Quem as vezes dá as caras é a polícia militar que multa quase que pelo prazer de multar. A criatividade é impressionante, por exemplo, eles multam motoristas falando no celular até quando o carro tem viva-voz. Ou porque no meio da Marginal o motorista não deu seta.
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