Metanol na bebida
O que leva alguém a colocar meio litro de metanol para falsificar um litro de bebida? A resposta é evidente. Má-fé, crime, vontade de levar vantagem em cima do próximo, mesmo com o próximo distante, sentado num barzinho da vida, bebendo seu drink para relaxar, no final da tarde.
Não há possibilidade de dizer que fez sem querer. Não tem sem querer na ação de deliberadamente falsificar bebida com rótulo famoso para ganhar um extra e aumentar a poupança da família. É crime e o falsificador sabe que é crime.
O que apavora é o camarada misturar meio litro de um veneno poderoso com meio litro de qualquer outra coisa, sem se preocupar com as consequências. Será que em algum momento o criminoso pensa que fazendo isso ele pode matar dezenas de pessoas? Que uma única garrafa batizada com essa quantidade de metanol pode matar várias pessoas?
É difícil imaginar que alguém possa fazer isso em sã consciência. E se pode, então ele tem que ser condenado a pena mais pesada entre as aplicáveis aos homicídios hediondos, com crueldade e sem dar chance de defesa à vítima.
Voltando ao começo, alguém que deliberadamente mistura metanol para falsificar bebida e enganar o próximo ou é um ignorante, ou é um idiota, ou é um assassino brutalmente frio.
A ignorância poderia ser invocada como razão para diminuir a culpa, mas não cola. Quem mexe com esse tipo de produto sabe o que pode e o que não pode e não tem como não saber que metanol mata.
O Brasil sempre foi uma adega de bebidas falsificadas. Desde a década de 1950 não tem nada de novo debaixo do sol. Apenas não se cometia uma barbaridade dessas. No passado bebida falsificada só dava uma enorme ressaca. Hoje, mata, como se não fosse nada demais.
___
Siga nosso podcast para receber minhas crônicas diariamente. Disponível nas principais plataformas: Spotify, Google Podcast e outras.
Crônicas da Cidade vai ao ar de segunda a sexta na Rádio Eldorado às 5h55, 9h30 e 20h.